Era para ser um dia de celebração, mas o evento da AIMA com imigrantes foi esvaziado. O evento realizado nesta terça-feira (29/10) para marcar um ano da criação da Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA) mostrou sinais do desprestígio do órgão, que desde sua criação enfrenta crises. A intenção era celebrar a Promoção do Empreendedorismo Imigrante, mas, das 77 cadeiras disponíveis, apenas 27 foram ocupadas. Não houve presença do Governo.
Pedro Portugal Gaspar, presidente da AIMA, minimizou as ausências. “Foram comemorações familiares ou simbólicas, se preferir. Optamos por aproveitar eventos já programados para destacar o aniversário. Poderíamos ter feito algo diferente, mas não o fizemos. Decidimos manter as atividades normais da AIMA, para dar mais visibilidade às ações menos conhecidas”, afirmou.
Ele afirmou que a AIMA cumpriu parte de sua missão. “Este ano, emitimos 250 mil atos administrativos, entre títulos de residência, ARI, reagrupamentos familiares. Atendemos mais de 560 mil chamadas e tivemos mais de 230 mil atendimentos presenciais. No entanto, ainda há muito por fazer e melhorar”, destacou.
Sobre os 400 mil processos em atraso, Gaspar não deu dados, mas prometeu novidades em breve sobre o andamento da força-tarefa denominada Estrutura de Missão. “A AIMA e a Estrutura atendem três mil pessoas diariamente”, informou.
Empreendedorismo
A Unidade de Qualificações e Competências da AIMA organizou o evento. Paula Ferreira, coordenadora da unidade, explicou que o objetivo é fornecer informações para imigrantes empreenderem com sucesso. O evento inclui um curso online gratuito de 10 semanas. São organizados sete cursos por ano, com 20 a 30 participantes cada.
Paula não forneceu dados precisos sobre quantos participantes se tornaram empreendedores. “Alguns abrem negócios logo após o curso, outros demoram mais. Temos alunos de 2021 que só abriram negócios agora. O foco é a sustentabilidade dos empreendimentos. Não há apoio financeiro, mas o curso gratuito já ajuda”, afirmou. O próximo curso está previsto para fevereiro de 2025. “Foi um ano atípico, com a transição do Alto Comissariado para as Migrações à AIMA”, concluiu.